(publicado no dia 10 por motivos vários)
Existe uma expressão muito peculiar no nosso idioma que é “pagar lingua“. Pagar lingua é uma expressão que usamos quando alguém faz algo que dizia ser contra.
Eu sou mestre em fazer isso. Acho que sou a pessoa que mais pagou lingua em toda a sua vida. Pelo menos sou a pessoa que mais pagou lingua que eu conheço.
O exemplo mais recente de meu pagamento de língua é o fato de que agora estou usando o ambiente de desktop KDE em meus computadores.
Há coisa de poucos meses eu cheguei falar muito sobre o quanto eu odiava o KDE publicamente para quem quisesse ouvir.
Quando voltei a usar Linux em 2022/2023 eu havia acabado de sair de anos usando mac. Então a entrada mais obvia seria pelo ambiente do Gnome. Fiquei uns meses usando, não me acomodei direito e me senti em casa no Cinnamon. Usei o Cinnamon por bastante tempo até que fui picado pelo bichinho do distro hopper e acabei voltando pro Gnome. Só que eu nunca me senti verdadeiramente em casa no Gnome. Muita coisa me incomoda lá. No entanto resolvi seguir usando para ver se me acostumava. Afinal, é o ambiente mais usado. Novos meses passaram e eu estava, de fato, me adaptando ao Gnome.
Ah, e vale lembrar que durante todo este tempo que eu usava o Gnome, depois o Cinnamon e de volta ao Gnome, uma coisa eu não deixava de fazer: falar mal do KDE.
Só que daí um texto com várias críticas ao Gnome chegou em minhas mãos. Lendo o material eu fui identificando todas as coisas que me incomodavam no Gnome e que eu passava por cima por qualquer que fosse o motivo.
Só que, ao ler aquele texto, as ideias ficaram em minha cabeça e as incoerências visuais do Gnome ficaram por demais desconfortáveis pra mim. Não dava mais para tolerar.
Ao invés de voltar para o Cinnamon, que eu adoro, mas que tem problemas (um deles é justamente ser meio que escorado no Gnome para várias coisas), eu quis experimentar algo mais moderno.
Resolvi dar outra chance ao KDE.
Olha, talvez tenha sido a melhor coisa que eu tenha feito nos últimos tempos. O KDE é robusto e coerente. Pode ter um visual e uns comportamentos estranhos à primeira vista. Os ícones que ficam pulando pela tela quando acionamos um software, por exemplo, são das coisas que mais demorei a me acostumar. Há também muitas opções e configurações. Mas se você se concentrar e trabalhar de forma focada, não vai se deixar levar pela profusão de personalizações e conseguirá estabelecer um workflow bem produtivo.
Eu encontrei o meu no KDE e agora estou pagando lingua. Recomendo a todo mundo tentar fazer algo que antes não fazia para ver se a sua opinião não muda, né? Melhor ser uma metamorfose ambulante do que ter opiniões cristalizadas.
Hoje estou em lua de mel com o KDE. Entendi que não é só porque a gente pode mexer em todo e qualquer aspecto de uma interface que a gente deva fazer isso. Então ciente dessas possibilidades, sigo minha vida no conforto de usar um ambiente bem robusto e estável.
Levando em conta as mudanças futuras do Windows na próxima versão, eu acho que muita gente que liga para segurança e privacidade vai acabar migrando para um sistema baseado em Linux e a minha recomendação é testar o KDE porque vai ser bem mais fácil as pessoas se sentirem bem neste ambiente. Minha pedida é que testem o Kubuntu, o Fedora KDE ou mesmo o OpenSuse. Para quem tiver mais coragem (ou auxílio) o KDE Neon é imbatível.
Enfim. O que tem pra hoje é o KDE.
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